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Archive for julho \30\+00:00 2010

No meio do caminho tinha um graffiti, tinha um graffiti no meio do caminho.

Avenida Desembargador Maynard, Aracaju, Sergipe, Nordeste, Brasil, América Latina. Trabalho de Chagas.

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Banda BaianaSystem esquentou o público ao executar o seu Frevo Foguete.

“O que será da guitarra baiana?” e “Como serão os futuros carnavais?”. No fundo do palco se via as duas perguntas durante o show da buliçosa BaianaSystem na 20ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns. Sound System Satélite subiu que nem a porra no Palco Pop, isso em pleno clima frio do Parque Euclides Dourado. Novidade para edição de 2010, o projeto intitulado PEBA fez bonito ao unir no mesmo espaço uma turma porreta de PErnambucanos e BAianos. Aliás, de peba, corruptela pra dizer algo de má qualidade, não houve nada na noite do dia 17 de julho.

O badauê começou na curiosidade de um público pequeno, mas fiel à proposta da confluência musical. Quem capitaneava o sistema de som (quase andante) era Robertinho Barreto na guitarra, Russo Passapusso no vocal, Chico Corrêa no pick up, Marcelo Seco no baixo e Mamá Soares na percussão. A atriz principal da noite foi a baiana, pretenso bandolim valvulado, filha do pau de cordas eletrificado do Dodô & Osmar: a guitarrinha quase setentona. E agora apresentada fora do contexto carnavalesco e mais pop do que nunca!

Som ambulante: paralelo entre os antigos carnavais e a sound system.

Há anos não vejo atualização de um instrumento de tal maneira. O projeto musical da BaianaSystem tem o referencial do sound system, principal divulgador do reggae & dub na Jamaica, sendo simplista é nada mais que um carro que acoplava estrutura de som já que a turma não tinha dim-dim pra comprar vinis. O sound era a melhor forma de transmissão dos trabalhos musicais e das experimentações dos artistas e disque-joqueis. Estratégia também utilizada na aparelhagem no Pará ou, ainda, numa analogia às festas de rua em Salvador com o trio elétrico.

Do conceito a prática. Ideia mais avexada foi essa de fazer uma estrutura sonora ambulante. De Dodô & Osmar com seu quase cavaco de quatro cordas, passando por Armandinho com seu instrumento com cinco cordas de madeira maciça, a inserção do vocal e uso dos tweets por Moraes Moreira, Robertinho mostra que a guitarra uma vez que é baiana, se mescla agora com o mundo. A expansão das possibilidades sonoras da guitarra baiana trouxe à tona uma filiação entre o ska & o frevo, reggae com afoxé, do dub com a macumba, da lambada com guitarrada, o ragga, kuduro e naia-bing num pacote sonoro só.

O show de pouco menos de uma hora durante o FIG 2010 foi suficiente para ver & ouvir o novo uipitipiti da música brasileira. A BaianaSystem é o cordão da ‘ubaranamaralina’ explorando mais timbres, novos samplers, colagens musicais e recriando um território sonoro sem fronteiras . Não resta dúvida que o futuro da boa musicalidade baiana está em mãos certeiras e, olha, se retroalimentando.

Remexe & manda: Systema Fobica

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Fac-simíle da página interna do livro 'Nova Luz'

Dando continuidade ao post dedicado ao livro que não terminei de ler, mas fotografei. Há uma versão interessante sobre Justiniano, infelizmente minha leitura fragmentada não encontrou tal trecho, onde ele dá a Sergipe, pelas suas coordenadas geográficas, a condição de fonte da revelação do conhecimento esclarecedor sobre o destino da humanidade. Sergipe, por isto, seria uma das portas do Inferno, este considerado não como o oposto do céu, o lugar dos pecadores, mas como uma área da terra destinada a reescrever o destino humano.

Justiniano de Melo e Silva acreditava, de tal modo, que elaborou um discurso para ser lido perante os chefes de nações do mundo. O texto que parece estar inédito sob a guarda da família, como também continua inédito o segundo volume da sua obra. Isso parece resumir bem a conotação messiânica. Fuçando na web ainda encontrei que tal opinião está presente no ensaio de Moysés Jacubovicz, apontando Sergipe como o limite do Governo Temporal com o homem representado, em seu estágio evolucional, como uma estrela de cinco pontas, como sendo portador do quinto princípio, ou seja, a aquisição do Mental Abstrato que é tônica do V Império, o El Dorado.
Nos estudos de Jacubovicz, tratando do V Império, e Luduvico Shcwennhagen – este o autor da Antiga História do Brasil (Terezina: Imprensa Oficial, 1928) – defendem a presença fenícia no Brasil. E ambos se valem da obra de Justiniano de Melo e Silva, não sendo únicos na apreciação e aproveitamento.

Há trechos interessantíssimos no livro de A. Sergipe. Nas duas edições disponíveis na Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe, há partes memoráveis. Um deles é na página 573, onde Justiniano faz uma analogia entre os caranguejos e os homens: “Mas os caranguejos terão de impor sobriedade aos devoradores, porque cancer (caranguejo) fala de volta para traz ou de decadencia, semelhante a una chaga cancerosa, que não deixa nunca de carcomer os seios de nossa civilização”. Leia mais:

Trecho onde Justiniano demonstra sua postura praticamente socialista.

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'Nova luz' para corrigir o presente e o passado.

Uma conversa entre Caio Amado e Vinícius Dantas depois da leitura sobre um curioso livro do Justiano de Melo e Silva levou a conclusão que a duodécima porta do inferno está na Praça General Valadão em Aracaju. E quantas portas afinal tem o inferno?

Bem, segundo os cálculos cartográficos dos egípicios as coordenadas estariam localizadas geograficamente onde está o estado de Sergipe. Conversa de lombreiro? Acho que não, mas essa (h)estória foi suficiente para catar tal raridade: Nova Luz sobre o Passado. A humanidade primitiva e os povos pelasgicos – O Egypto e o Mundo Vol 1. Imprensa Nacional, 1907.

Curiosidade. Justiniano de Melo e Silva (1853-1940), nascido em Laranjeiras, primo de Fausto Cardoso, autor do intrigante livro Nova Luz sobre o Passado (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1906) assina como A. Sergipe, que quer dizer Amado Sergipe. Invertendo-se o A, temos V Sergipe, o que refleteria, segundo Jacubovicz, a Realidade, a Idade de Ouro, como está nos brasão de Sergipe holandês, do século XVII, e no Selo republicano do Estado, que é de 1892.

Ironia. Justiniano é bisavô do atual governador do Paraná, Roberto Requião. Como se vê, a linhagem progressista não é coisa de DNA.

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